Aproveito o Outubro Rosa para contribuir com orientações à população sobre o câncer de mama. Este tumor é passível de cura e dependente da detecção precoce do mesmo. Portanto, previna-se!
Acostume-se a palpar suas mamas, e qualquer alteração exige uma consulta médica detalhada e exames complementares eficientes.
Se os tumores são pequenos e não houver invasão de gânglios na axila ou de outros locais, a mama é esvaziada pelo mastologista (mastectomia), na maioria das vezes preservando a aréola e o cirurgião plástico a refaz com implantes ou com tecidos próprios, quando existem “sobras corporais” que permitem. Nesse momento, a outra mama pode também ser removida e reparada da mesma forma, reduzindo os riscos de contrair tumor ao longo da vida.
Se a aréola é removida, existem inúmeras maneiras de refazê-la, até através de tatuagem “tridimensional”. Ressalto que reduz muitíssimo os riscos, não os previne totalmente. E simetrizar torna-se mais adequado. Logicamente, a vontade da paciente prevalece.
Em casos de tumores maiores, em que pode haver a necessidade de radioterapia complementar pós-cirurgia, a reparação final é postergada e um expansor de pele é introduzido, ao invés do implante, para manter a pele distendida. E, após a radioterapia, ele será substituído pelo implante ou tecidos próprios, quando houver sobras corporais. E, somente nesse ato cirúrgico, a outra mama também é removida e reparada semelhante à outra.
Quando a radioterapia provoca muita rigidez e reações da pele que possam prejudicar a reparação a curto, médio e longo prazo, o cirurgião plástico “busca” tecidos próprios sadios à distância para refazer a mama ou realizar uma cobertura mais eficiente do implante, evitando complicações.
É importante que não se pense que essa cirurgia é parecida com a simples inclusão de implantes para aumento do volume das mamas. Ela exige mais cuidados e o pós-operatório é mais longo e com mais chances de complicações. E, às vezes, um segundo procedimento cirúrgico complementar é necessário. Mesmo assim digo: somente fica sem mama quem não quiser se submeter às cirurgias reparadoras ou que desiste, em caso de complicação.
Finalizo afirmando que está completamente fora de propósito da medicina acadêmica remover mamas sadias, sem genética positiva, que não seja redutora de riscos ou simetrização para colocar implantes com a finalidade das mamas não caírem, ficarem mais bonitas e que os implantes não precisam ser trocados. Três inverdades.
Quem segura mama sem flacidez é qualidade da pele. O implante, ao contrário, faz peso e tem que ser trocado ao longo da vida (hoje a cada 10/20 anos). A reação biológica ao corpo estranho é inexorável. E quem faz mama bonita é o cirurgião plástico.
Artigo publicado em Revista Bem-Estar, Diário da Região, São José do Rio Preto, 20 de outubro de 2019.